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3 de nov. de 2011

Cristal de fogo na pele



Rubis microscópicos
Rompendo meu corpo
E você falando de corte:
[Esqueça, que eu já não sangro:
Eu cristalizo fogo na pele.

Que reste então a cobiça
Pela dor vermelha
Que roubem os quartzos brancos
Que deslizam pela minha face
Que creiam que pela minha idade
Eu já mereça algum crédito.

No mais, que o analista me escute
Que se atormente com os meus delírios
Que enxergue os lírios tingidos de sangue
E explique minhas fúrias floridas
Através de seus compêndios.

Eu quero mais
[e quero mais e mais]
É nomear as coisas sem nomes
E dissolver os nomes
Que já não traduzem mais
Essa coisa larga
Espessa
Que vista de cima
Me causa aflição.
[Eu quero é ver de dentro.

(*Inspirado em produção arteterapêutica)

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